OX
Ocupação Oxigênio 2011 - intervenções e ações de arte em parques públicos - Curadoria: Dácio Bicudo e Katia Canton galeriapirata@gmail.com
Dácio Bicudo
Diretor de Cinema / Artista Plastico
São Paulo - Brasil
55 11 38194219 / 55 11 97642 12 42
daciobicudo@uol.com.brA TERCEIRA OCUPAÇÃO OXIGÊNIO NO PARQUE BUENOS AIRES
As coisas não querem mais ser vistas por
pessoas razoáveis:
Elas desejam ser olhadas de azul—
que nem uma criança que você olha de ave.(1)
“Se a política atual tem se deslocado das ruas para as redes sociais, a arte, cujo lugar de vocação era o museu ou a galeria, tem procurado a cidade” K.C
Ocupação Oxigênio não é exatamente uma exposição sobre arte e meio-ambiente. Essa relação, de fato, se estabelece entre as várias obras que ocupam o parque, mas trata-se (2), sobretudo, de uma manifestação de liberdade e de vontade de arte.
Diz respeito à oxigenação que é a base da vida; afinal, o ar que respiramos é a garantia primeira da existência. Oxigenar, então, significa expandir ideias, sensações, pensamentos. Significa refrescar, renovar, abrir-se para o novo.
O conceito expande-se como o ar e se infiltra através da necessidade humana de criar, de pensar o mundo, de demarcar nossas singularidades, numa ação de contraponto à tendência homogeneizante do fluxo cotidiano da vida.
Afinal, sabemos que a arte contemporânea não é feita de transcendências e utopias, como era o caso da antecessora moderna, legitimada pelas vanguardas, mas sim da matéria da qual é construído o cotidiano.
É justamente na ação e na discussão sobre a vida que surgem as ideias, os materiais, os sentimentos e as sensações capazes de fabricar a potência da arte hoje.
Em sua terceira edição, a Ocupação Oxigênio cresce, em número de artistas, e volta ao Parque Buenos Aires. O local tornou-se de fato uma espécie de fórum, onde os artistas passam a celebrar anualmente a vontade de reinventar a vida, via a relação arte e natureza, que toma corpo na obra de cada um.
Uma referência fundamental para esse tipo de trabalho vem da Land Art modernista. Nos anos 60, particularmente nos Estados Unidos–e em alguns casos pontuais, também na Europa-movidos por um espírito de tempo cada vez mais comprometido com a experimentação, muitos artistas passaram a questionar a condição de institucionalização da arte pelos museus. Buscando transformar o espaço “fora”, em oposição aos espaços institucionais de “dentro” das paredes museológicas, eles partiram para a ocupação do espaço externo, que muitas vezes coincidia com o espaço da natureza (3).
À esse movimento, deu-se o nome de Land Art. O conceito aqui se aplica, não à arte da paisagem, como no caso das pinturas de paisagens sistematizadas como gênero pela Academia de Belas Artes desde o século XVII, mas sim uma arte feita na paisagem. Seria interessante considerar que, por trás da idéia da Land Art, está um desejo dos artistas, de mapear um novo território, enquanto território artístico.
Essa atitude se reflete no próprio espírito norte-americano, associado ao desejo de conquista de fronteiras. Outra associação possível está no desejo de domesticar uma natureza intocada e agreste, muitas vezes virgem da presença humana, até então. A ação na natureza por parte desses artistas se deve também a um desejo de buscar uma potência de solidão ou de meditação, experenciada em contraponto à urbanização crescente. A possibilidade de realizar uma construção junto à natureza, muitas vezes no isolamento, incita a promessa de um tipo de experiência estética inovadora.
Outras características fundamentais da Land Art, se ligam à força primordial do cenário, a ideia de revolver grandes quantidades de terra, ao invés de adicionar algo como, por exemplo, na obra Double Negative, de 1969/70, de Michael Heizer, em que 24 mil toneladas de terra foram revolvidas no topo dos planaltos de Mormon Mesa, no deserto de Nevada. A ação de desnudar dois blocos de terra, de camadas geológicas, expondo entradas em meio ao nada, expõe a criação humana atuando sobre as profundezas da natureza.
A partir da Land Art, o diálogo de artistas contemporâneas com o espaço público passou a expandir-se e modificar-se gradativamente. Cada vez mais, as ruas, os viadutos, as praças e os cantos da cidade têm se afirmado como lugares primordiais para a criação artística.
Se a política atual tem se deslocado das ruas para as redes sociais, a arte, cujo lugar de vocação era o museu ou a galeria, tem procurado a cidade.
Utilizando-se de uma diferenciação entre espaço e lugar, sugerida pelo sociólogo Anthony Giddens, podemos afirmar que, ao ocupar o Parque Buenos Aires, os artistas contemporâneas buscam transformar o “espaço” em um “lugar”.
Imagine a cena. No espaço congestionado e barulhento da metrópole, nada parece resistir ao movimento compulsivo da vida. Executivos de terno e gravata correm com suas pastas na mão, junto aos esportistas de roupas de ginástica, que também correm nas calçadas. Esses entremeiam-se a crianças nos carrinhos, empurradas por babás, a velhos, deslocando-se devagar, e ao grupo de mulheres conversando e andando. Juntos, esses personagens compõem uma dança sincopada de batidas de sapatos, que nunca param de criar uma percussão no chão das ruas. Somam-se a eles, os pedintes, que andam, param, pedem e continuam, e aos motoristas de táxis, que ora chegam, ora evadem o ponto, num fluxo contínuo.
Essa legião de anônimos, esse mundo de aglomerados que se movimentam é, afinal, o nosso próprio espelho, refletindo-se em suas múltiplas facetas.
Dialogar com esse espaço é também compor uma tapeçaria sonora, visual e tátil, vislumbrando a diversidade de seus habitantes, de sua arquitetura, de sua sinalização, de seus códigos cotidianos. Conversar com tudo isso é, afinal, abraçar o estranhamento.
Se o espaço é o local genérico do anonimato, o lugar se refere a uma noção específica do espaço: trata-se de um espaço particular, familiar, responsável pela construção de nossas raízes e nossas referências no mundo
A ação artística busca localizar o espaço, tornando-o lugar.
Por fim, não podemos deixar de mencionar a potência da arte diante dos dilemas enfrentados pelos lugares públicos hoje. Parques, praças, igrejas, que deveriam ser de todos, vêem-se abandonados, mal tratados, sujos, ignorados, sucateados, diante de uma constante violência, ainda que potencial. Ao invés de lugar de todos, passam a ser lugar de ninguém. Tem seu uso abandonado pelo medo ou é deixado à deriva, à sombra da solidão urbana.
O desejo dos artistas contemporâneos em dialogar com os locais públicos da cidade, a exemplo do que faz o grafite e do que também propõem os participantes da Ocupação Oxigênio, é o de trocar formas e afetos com a cidade, reapropriando-se do que deveria ser público, carimbando espaços de ninguém com singularidades que lhe proporcionem pertencer, ganhar um rosto, receber o status de lugar.
Katia Canton
1-trecho final do poema de Manoel de Barros, “Uma didática da invenção” (RJ: Bertrand Brasil, 1993).
2-a ideia do projeto é do artista Dácio Bicudo, que também foi curador da primeira mostra, inaugurada no Parque Buenos Aires, em 2009. Na segunda e terceira edição, divide a curadoria com Katia Canton.
3-essa discussão sobre as influências da Land Art na arte contemporânea e as diferenças entre os conceitos de espaço e o lugar são discutidas no livro Espaço e Lugar, volume da coleção Temas da Arte Contemporânea, de autoria de Katia Canton (SP: WMF Martins Fontes, 2009).
4- uma referência teórica importante para a discussão vem de Anthony GIDDENS, no livro As consequências da modernidade ( São Paulo: Unesp, 1991).
Evandro Nicolau – Instalação sonora
Poemas no Parque
Como podes ficar feia São Paulo
Como tu és feia,
mal tratada,
mal amada,
São PauloComo podes São Paulo,
Como podes tu,
Alamedas Santos,
índios, Japeões negros,
como podes,
o Ipiranga,
o colosso Tiête.Como podes tu ficar feia,
Ó São Paulo.Olha as nuvens, tuas nuvens,
que respiram, piram, pairam em ti São Paulo.
Tu respiras ou tu cheiras à São PauloOs,os,os,os, os carros, rros, rros, rros, rros, rros
Seus seus céus poluídos, cinzas, frios, São Paulo,
como podes tu assim sem cuidados ah São Paulo,
como podes,
como podem vocês
São Paulos!Regina Carmona – A Casa da Mantide Religiosa.
A Casa da Mantide Religiosa.
Existe um inseto que tem o poder de se camuflar, de trocar de cor; possui muitos olhos, sendo que três deles ocultos na testa apenas para captar as variações de luz. A fêmea, para preservar a sua espécie, pode chegar a comer a cabeça do macho durante o acasalamento. Pobre macho, literalmente perde a cabeça por uma fêmea.
Esses “serzinhos” escolheram a minha obra para morar, recentemente na Itália, daí vem o nome dessa instalação, A Casa da Mantide Religiosa, em italiano, o Louva Deus.
Essa é uma proposta de arte que permeia o universo feminino, a natureza e suas naturezas, são pequenas observações colhidas dia a dia, que florescem ao acaso nada por acaso, ao contrário, bem vivido.
Uma arte sensitiva e sensorial referencia ao belo, ao humano e a natureza; aos elementos ocultos que de alguma forma estão ligados e relacionados à sexualidade, a identidade, a espiritualidade, tendo o corpo como uma forma e espaço sagrado que exige amor, alimento e respeito.
Instalação de arte e Acolhimento - acolher aquilo que se cerca de ti.
Regina Carmona
Luiz Carlos de Carvalho RJ – OXIGÊNIO¹, POR QUASE UM DIA.
Uma experiência estética relacional.
O artista como sujeito oculto.
O artista está no sufoco em sua rotina criativa — em crise estética —, e se pergunta onde está a obra na obra de arte? E para sair desta atual asfixia que o angustia ele busca uma linha de fuga que permita uma nova posição de mente. Uma nova (ins)piração.
Proposta de ocupação: buscar no deslocamento do corpo da arte que se inscreve no corpo do artista, este [sujeito oculto], a inspiração que proporcione respirar um novo pensamento estético/ético. Assim, a proposta é simples, e de certa forma simplória (zen): o artista, este flâneur/peripatético caminhará pelo PARQUE BUENOS AIRES capturando registros (imagens e memórias) — [oculto] e sob o manto do anonimato—, respirando [inspirando/expirando] os ‘bons ares’ deste parque paulista. Desta maneira vivenciará a experiência de partilhar e compartilhar o mesmo ar que todos os presentes, neste dia, estarão inalando, portanto, estará participativo e interagindo com o Projeto de Ocupação.
Ação: deslocamento;
IDA: saída do Engenho do Mato, próximo ao Parque Ecológico da Serra da Tiririca, Niterói RJ, com destino ao PARQUE BUENOS AIRES, São Paulo SP.
RETORNO: saída do PARQUE BUENOS AIRES SP, com destino ao Engenho do Mato (ateliê/residência artística) RJ.
Ancoragem¹ (1): coleta de ar (oxigênio) da Será da Tiririca. Deixar um frasco de vidro transparente aberto por diversas horas para capturar o ar no Engenho do Mato. Este frasco de vidro será destapado no parque e permanecerá destapado até o momento que o artista tiver terminando a sua participação na ocupação.
Ancoragem (2): colocar diversas ‘plaquetas’ nas árvores do parque com a tradução do vocábulo/signo OXIGÊNIO. Esta tradução será feita pelo Google tradutor nas línguas que são possíveis e disponibilizadas por esta ferramenta.
¹Representa aproximadamente 20% da composição da atmosfera terrestre. É um dos elementos mais importantes da química orgânica, participando de maneira relevante no ciclo energético dos seres vivos, sendo essencial na respiração celular dos organismos aeróbicos.
² Âncoras podem ser pensadas como marcas sensoriais, marcadores neurológicos e pistas contextuais, gatilhos para caminhos efetivos sinapticamente no cérebro, reações condicionadas e mesmo como uma cola que mantém juntas as cadeias comportamentais (estratégias). Âncoras ocorrem entre cérebros e dentro dos cérebros. (A neurofísica e o princípio da ancoragem)
Excrescência / beto borges
A partir de uma unidade facilmente multiplicável – uma bola tosca feita a partir de uma folha de jornal e fita crepe – desenvolve-se, unindo-as umas às outras com a mesma fita, um objeto com escala razoável e certa aparência orgânica, que interfere no entorno como forma claramente exógena, um molusco, uma verruga que nasceu no meio da terra da praça. Houaiss: Excrescência 1. Ponto que se eleva acima da superfície, saliência, proeminência (no corpo de um vegetal, em um terreno, etc). 2. Derivação: sentido figurado. Demasia, exesso, superfluidade; coisa que desequilibra a harmonia de um todo 3. Aquilo que cresce a mais. A cidade é demasia, excesso. Aquilo que no início era excrescência, a ação do homem dilatando-se sem limite e engolfando a natureza, hoje é a pele de tudo, hegemônica, imperial. Na cidade tentacular e absoluta o antigo verde é hoje quase uma ferida. Tornou- se, num absurdo sinal invertido, a excrescência. O acúmulo das bolas de jornal é intencionalmente “povera”. Trabalha com a instabilidade do material, da junção variável e efêmera dos seus componentes e das evocações que a natureza organica e algo escatológica do conjunto traz. Assim, com alguma sorte, desequilibra ao menos um pouco a pretensamente europeia harmonia da praça. E reproduz, em escala ínfima, o estranhamento original, com esse falso simulacro de mata sob invasão da notícia velha, amassada, tornada lixo. Um eterno retorno, novamente com sinal invertido. Tanto quanto possível, seria bom montar a instalação próxima a alguma árvore, para que o conjunto a tocasse, subindo-lhe um pouco pelo tronco. Mas qualquer lugar razoavelmente plano é apropriado. Olhando o mapa da praça, sugiro o espaço “06” ou o “15”, caso ainda estejam disponíveis. Se houver alguma monitoria, seria possível trabalhar com crianças (ou mesmo com adultos) na criação de mais “bolas de jornal e fita crepe”, que seriam acrescentadas paulatinamente, pelas próprias pessoas, ao corpo existente, ampliando-o interminável e ludicamente. Seria uma atividade de baixíssimo custo: basicamente jornal velho, fita crepe e vontade de fazer o “bicho” crescer...Monique Allain – “Eu é o outro”
Instalação participativa
Parque Buenos Aires
18/09/2010 a 30/09/2010Sinopse
Duas pessoas, uma de cada lado de um vidro com fragmentos de espelho colados,
emoldurado com moldura dourada remetendo às utilizadas nas galerias de retratos de
pintores clássicos, suspenso no ar, ao olharem de frente para a peça, ambas enxergam
porções do “outro” que se revelam nas partes do vidro, e porções de si mesmo
refletidas no espelho. Uma foto é batida e depois editada e postada no blog da artista
ou da exposição. Ela constitui um retrato hibrido no qual a fusão de ambas as pessoas
envolvidas compõe a imagem final.Interesso‐me pelos interstícios, pelas zonas híbridas de transição entre o objeto e a luz,
entre o som e a imagem, entre a pausa e o movimento, entre a realidade e a imagem; as intersecções
entre o sujeito e o espaço‐tempo, entre o público e o privado. Esses lugares entre, estreitos, mistos,
contaminados, carregados de tensão, nos limites de territórios que se confrontam, constituem zonas
vibrantes de comunicação e transformação. A hibridização entre meios diversos, tais como o vídeo, a
fotografia e outras tecnologias digitais, é um procedimento que se apoia na linguagem para intensificar a
exploração das zonas intermediárias. Procuro um campo não decifrado entre o palpável e o não palpável,
entre a realidade e a imagem.“ÁGUA – PLANETA TERRA” Alzira Fragoso
“ÁGUA – PLANETA TERRA”
A minha proposta para a ocupação “Oxigênio 2011” é tentar conscientizar as pessoas da importância da água, líquido precioso, nossa maior fonte de alimento, sem o qual a vida não seria possível; para o desperdício da água, na casa de cada um e nas cidades, para a pouca atenção das autoridades para com os rios poluídos, como o nosso Tietê que poderia -sim- ser recuperado com mais empenho e maior conscientização da população.
O meu projeto constitui-se de um grande móbile construído com o máximo de materiais recicláveis, composto de vários saquinhos com água (sugerindo que cada um faça a sua parte). Um deles traz uma semente germinando e lembra que enquanto houver água haverá vida no Planeta.
O ar (ainda que poluído) poderá movimentá-lo, sugerindo que o ambiente todo também será também movimentado, oxigenado, valorizando esses elementos tão preciosos para a vida do “Planeta Terra – Planeta Água”, como inspira Guilherme Arantes.
Alzira Fragoso
Gustavo Garcetti – Varal Fotográfico
Um ” pulinho” na Praça
PROJETO : Montagem de um varal fotográfico com imagens, captadas
na Praça Buenos Aires, de pessoas saltando. Segundo o fotográfo Philipp
Halsman, “ é no pulo que a pessoa se revela “. Este pensamento gerou
uma coleção de obras memoráveis.
Inicialmente, o varal será montado com algumas fotos
tiradas na véspera da abertura da ocupação. A partir daí, as pessoas serão
fotogradas no primeiro fim de semana da abertura da mostra e essas
imagens ficarão penduradas em um varal.MATERIAL: Corda e prendedores de Madeira para o viral. As fotos
serão no tamanho 10x15. Equipamento fotografico e impressora.Naiah Mendonça – A Menina das Nuvens
Na ópera “A Menina das Nuvens”, de Heitor Villa-Lobos, uma menina é levada pelo vento para ser criada nas nuvens, pelo Tempo. Eis que a menina decide voltar à Terra, para descobrir as suas origens. Personagens comuns convivem com o Tempo. O Tempo na ópera de Villa-Lobos é um ser animado, capaz de criar. Criar no sentido de educar, nutrir, cultivar. . Desta idéia surgiu a performance que vou realizar na Praça Buenos Aires. Caminharei pela praça durante uma hora. Iniciando o percurso pela entrada principal (caminhando em sentido horário), até atingir a escultura da mãe. Continuarei caminhando em sentido horário. Voltarei ao ponto de partida. Durante a realização do trajeto, irei desenhar com um grande giz pela praça – em locais variados; no chão, nos bancos, nas árvores - a imagem de um relógio – signo do tempo. Como se fosse possível, assim, evocar o Tempo. Nesta espécie de ritual. O desenho do relógio se repetirá várias vezes. Os ponteiros dos relógios irão marcar o horário em que eu passar por cada lugar. Desejo trazer a idéia de Tempo à esfera do mágico e do fantástico. Assim tento fazer com que se torne uma entidade presente. É Na repetição do desenho circular do relógio e no caminhar em sentido horário que tento dar intensidade a presença deste “Tempo”. O Tempo na ópera de Villa-Lobos cria a menina. Criar é também ensinar a viver. Depois ele a devolve a terra para que ela possa enfrentar dificuldades e a intensidade do amor. Os desenhos feitos na praça serão efêmeros. Terão duração até a próxima chuva ou até que alguém queira apagá-los. Estarão à mercê do outro. A permanência deles não pode ser determinada por mim a autora. Proponho com esta performance reflexões sobre questões ligadas a idéia do Tempo e como temos lidado com ele.Laerth Motta
Série fotográfica realizada pelo artista plástico Laerth Motta
1- Com o objetivo de alertar e conscientizar os cidadãos a respeito da importância climática e os malefícios poluidores ambientais
2- Apresenta de forma descontraída e bem humorada os efeitos comportamentais dos excessos poluentes diretamente relacionados ao indivíduo em seu habitat
A obra citada foi concebida na forma de imagens digitais capturadas, na maioria, por câmeras fotográficas caseiras ou semi-profissionais e retrabalhadas em computador.
Trata-se exclusivamente de retratos em close-up (primeiro plano) onde o artista realizador capta imagens de seu próprio rosto desconfigurando ou recompondo estas imagens por meio de adereços triviais colhidos no ambiente que o circunda e com os quais constrói suas fantasias.
Destacando no conteúdo de cada auto-retrato a proximidade, a trivialidade e a fragilidade de nosso estado de ser, e por conseqüência; a importância de se zelar e estar atento ao mundo e as coisas que nos cercam.
A obra devera ser apresentada na forma de imagens de grande formato, 1.50x 1.50, impressas por plotters sobre lona plástica
Proposta de Serge Etienne Huot
HIBRIDO "C'est nous qui avons créé le monde qui concerne l'homme!". Nietzsche, Le gai savoir A proposta consiste numa instalação realizada a partir das sobras da cidade, pedaços de isopor , plásticos.... recolhidos numa peregrinação urbana e envolvidas em tela de aço com uma forte sustentação interna. Nos questiona sobre nossas responsabilidades e a realidade extensiva do que nos e o nosso mundo produz. O caracter orgânico da obra Hibrido se adequa a realidade do espaço e pode se manifestar de varias maneiras. Andar e se arrastar pelo chão ou se pendurar, se agarrar, ocupando espaços mais alto. Serge Etienne Huot St. Vallier/França, 1964. Vive e trabalha em Tambaba, Conde-PB. Desde 2006 trabalha na criaçao de um résidencial de Arte no litoral sul da Paraiba “entre arte e vida” .Sem Título, Claudio Bueno Rodrigo Sassi e Rodrigo Pasarello
Sem Título, 2011
Claudio Bueno e Rodrigo SassiO trabalho consiste na instalação de aproximadamente 10 pequenas placas de sinalização ao longo do parque. Estas placas estarão vazias, sem informação impressa sobre elas. Um exemplo seria uma placa colocada no pé de uma árvore, como se ali pudesse conter uma informação sobre sua espécie, mas não há. Desta forma, num tempo em que tudo parece estar informado, mapeado, catálogado, indexado e geolocalizado, seja pelo uso de sinalizações gráficas ou da telefonia móvel, GPS e Internet; Sem Título nos sugere simultaneamente o esvaziamento, o respiro e um convite à experimentação das qualidades sensíveis do parque.
Proposta de Isabelle Ribot – Paraquedas
Meu projeto : è uma figura (recortado no acrilico...). Ele abriu seu paraqueda cedo demais, flutuou por muito tempo e finalmente, caiu exatamente no nosso parque, numa árvore. Au bon moment, au bon endroit. Sorte dele ! Mas quando ele pulou, nao pensou muito : ele somente sonhava com ar, oxygene...Proposta de Nair Kremer – Sopros
Sopros, Nair Kremer.
O projeto abarca uma instalação suspensa no ar. A proposta visa aproximar o público a partir de experiências lúdicas, líricas e sensoriais. A experimentação atuará como estímulo capaz de suscitar no espectador interrogações.
Neste trabalho o público torna-se co-autor à medida que exerce sua liberdade para manipular, deslocar e recombinar os elementos, alterando as possíveis leituras, e envolvendo-se na confecção de uma trama... Uma “rede”. Trata-se, portanto, de um grande jogo sobre a memória e sobre os sentidos das lembranças.
Como marco inicial da interação neste trabalho, haverá no dia 18 de setembro, às 11h, a performance:
"Otros Aires" I - Caminhos até muitos lugares, com mandalas entre sopros e silêncios da comunicação não meramente verbal. Tecidos serão criados ao encontro de olhares que mudam histórias.Coordenação da performance: Geórgia Gugliotta
Proposta Regina de Barros
“CORDÃO UMBILICAL H2O”
A INSTALAÇÃO “CORDÃO UMBILICAL H 2 O” , É UM MOVIMENTO DE REFLEXÃO DA IMPORTÂNCIA DA CONSCIENTIZAÇÃO E MUDANÇA DE COMPORTAMENTO DE TODOS NÓS.
CONSTITUÍDA DE MANGUEIRA PLÁSTICA TRANSLÚCIDA, ÁGUA, PENSAMENTOS, PALAVRAS,PERGUNTAS.
ÁGUA, ELEMENTO FUNDAMENTAL PARA O PLANETA, NOSSO MACRO CORPO.
VERBO, PENSAMENTOS, É O QUE NUTRI. A FERRAMENTA MAIS PODEROSA PARA EVOLUÇÃO E TRANSFORMAÇÃO.
O CORDÃO UMBILICAL É O QUE OXIGENA E NUTRI A VIDA EM FORMAÇÃO.A SUSTENTABILIDADE, A IMPORTÂNCIA DA RECICLAGEM DE LIXO, E DA CAPTAÇÃO, E ECONÔMIA DA ÁGUA TEM SIDO FREQUENTEMENTE FALADA, PORÉM ESSA REPETIÇÃO É NECESSÁRIA PARA QUE A CONCIENTIZAÇÃO DAS MASSAS OCORRA.
NUTRIR NUNCA É DEMAIS.
AO MOVIMENTAR A MANGUEIRA, O EXPECTADOR MOVE A ÁGUA E OS PENSAMENTOS SE MOVEM, FAZENDO COM QUE REFLEXÕES SOBRE O TEMA ÁGUA E SUSTENTABILIDADE, NUTRAM O EXPECTADOR.Proposta Fernanda Cobra
Universo Expandido in Adultu
O Universo Expandido é o universo lúdico formado pela obra original e todas as obras relacionadas que passam no mesmo universo. Porém o universo lúdico de um adulto é massacrado pelas necessidades sociais do dia-a-dia e fica submerso no inconsciente. O filósofo Huizinga, em 1938, escreveu seu livro Homo Ludens, no qual argumenta que o jogo é uma categoria absolutamente primária da vida, tão essencial quando o Homo sapiens e Homo faber. O conceito de Homo ludens é o elemento lúdico na base do surgimento e desenvolvimento da civilização. Jogo é uma atividade voluntária dentro de determinado limite de tempo e espaço, construído a partir de um foco específico e desenvolvido com instruções e regras que levam o jogador a criar formas. Sua base é a experiência prática e social do grupo, acompanhado de sentimentos. Procura-se, com os jogos, desenvolver, aprender e ter experiências criativas. Ou seja, a expanção do universo criativo.
Assim, proponho para o parque Buenos Aires a criação de cercas com animais lúdicos enjaulados. E no último dia da mostra, a convocação dos artistas e público (adultos e crianças) para a brincadeira de abrir as jaulas e libertar o lúdico do inconsciente e formar um universo expandido.
Proposta Lucila Meirelles
O ar que respiro Lucila Meirelles Poema cinético. Uma carta de amor a céu aberto para oxigenar a alma e o coração daqueles que passam e passeiam pelo parque. A poesia é indispensável à vida e ao meio ambiente, ela provoca uma atividade química bastante grande. (Fragmento da poesia de Aguilar para Lucila,1977).Proposta Sandra Martinelli Oxigênio 2011
A Obra de Deus e a Obra do Homem
A Obra de Deus e a Obra do Homem, é uma instalação composta apenas por uma moldura , colocada em ponto estratégico de modo a fazer com que o observador possa apreciar o que esta contido no quadro , pela frente e por traz, ou seja o que chamamos de janela estéreo, onde o volume fica contido no plano.
De Um lado , na frente da obra, veremos as árvores do parque e a natureza , e por traz , os arranha-céus da Av. Angélica.
Nesta instalação, objetivo é mostrar que somos nós e o nosso ponto de vista que define o que iremos apreciar e a importância que daremos a este olhar , além de revelar de maneira plástica que esta tudo contido na mesma obra e em nós.
Sandra Martinelli
Proposta Guto Lacaz: Oxigênio 2011
8 Azuis 8 embalagens circulares de plástico transparente fechadas com água azulada até a boca estarão flutuando no nível d'água em composição circular no laguinho do parque. em cada um haverá uma tonalidade diferente, formando uma sutil escala. âncoras de chumbo os manterão em uma posição estável.Oxigênio / ocupação
Ediçães de 2.009 e 2.010
Katia Canton – POTE (pedidos às fadas)
sinopse: na tradição dos contos de fadas, sobretudo para os irmãos Grimm, os bosques, as florestas, as árvores, são lugares mágicos, responsáveis pelas grandes mudanças dos personagens. A Bela Adormecida sonha no bosque, até a chegada do príncipe, João e Maria são largados lá, até encontrarem a casa de doces da bruxa e amadurecerem; Branca de Neve foge para e é acolhida pelos sete anões. Em seu aniversário, o Parque torna-se um bosque encantado, onde o visistante é convidado a se tornar um personagem. O Pote, por sua vez, se transforma num repositório de desejos, pedidos, sonhos, fazendo a vez da fada madrinha, garantindo o que falta para o final feliz da história.Katia Canton - Oficina dos meninos - Construção de barcos e carros com materiais descartados.
Alzira Fragoso – Para Goya
O mármore, material eleito por mim, interessou-me pela sua ancestralidade, nobreza e perenidade, pois a memória e o tempo são características da minha poética.Contemplando o quadro de Goya, “O cachorro” (1820-23), impressionou-me a extrema simplicidade do trabalho desse grande artista retratando o isolamento do animalzinho.
Na escultura “Para Goya” tentei captar essa solidão, a busca de alguma coisa, talvez uma comunicação, fazendo um paralelo com o homem atual, tão carente de um contato amigável, verdadeiro.
A intervenção do chocolate, perecível, mole, escuro, quente, contrasta com a dureza, frieza, do mármore branco, trazendo o apelo do olfato e paladar, tentando atrair algo, alguém, quem sabe um afago...
RE – Dácio Beraldo Bicudo
REMeu trabalho tem um pouco de ironia. É um comentario descabido sobre preservação de florestas e do verde. O nome é "RE"...Nele replanto móveis, cadeiras e outros tipos de industrializados de madeira.
Os móveis que um dia foram árvores, e foram cortadas, agora voltam a terra plantados num canteiro. A ideia é de que os móveis ramifiquem, e voltem a ser árvores.
Sera possivel?Mensageiras / Monique Allain
A obra Mensageiras depende da participação coletiva do público. O trabalho irá se constituindo ao longo da exposição. Canteiros com no total 27 sacos plásticos são substituídos por mudas de palmito Jussara, espécie Euterpe edulis originária da Mata Atlântica e ameaçada de extinção. O número corresponde aos 26 Estados brasileiros e ao Distrito Federal. A muda recebe o nome de quem a plantou, ou pode ser dedicada a outra pessoa. As mudas permanecem na praça após o evento.
Fernanda Eva / Ainda é possivel encontrar o Paraiso no Urbano?
Fernanda Eva reproduz e recorta bichos da região Oeste da Capital. Pinta e modela pássaros e animais de chão para serem vistos com os olhos bem abertos. O trabalho estará misturado nas matas rasteiras e nas árvores altas do parque Buenos Aires, trazendo de volta a vida selvagem que um dia habitou o local. "Na intevrvençao no Parque Buenos Aires no ano passado Fernanda Eva propos com sua instalaçao, trazer de volta os "bichos nativos" da regiao. Este ano Fernanda propoe trazer ao Parque e aos bichos que permaneceram habitando o parque um de seus Paraisos, com a pergunta: Ainda é possivel encontrar o Paraiso no Urbano?" Fernanda Eva "Aonde encontrar o Paraiso no urbano?"
Árvore de Chico Mendes. Jose Roberto Aguilar
Árvore de Chico Mendes, dá frutos transparentes e tem seiva colorida. Instalação com esculturas de vidro e pintura de latex vegetal
Lucila Meirelles
Cheiros
de Lucila MeirellesInstalação sensitiva
Em uma cidade poluída e carbonizada como São Paulo as pessoas não sentem mais cheiros. Esse trabalho se propõe a catalogar diferentes temperos e aromas tipicamente brasileiros, dentro de diversos tubos de ensaio pendurados em uma árvore, para que as pessoas possam respirar, experimentar, (re) conhecer sabores que ficaram esquecidos na fumaça da memória.Regina de Barros – Tornado Sustentável
O tornado é um fenômeno da natureza que envolve grandes forças e contrastes.
Ao tocar o chão,com seu forte potencial de energia, devasta tudo.
Ao usar o “hashi” (material já reciclado ),como matéria para construir a estrutura de um tornado,faço alusão da importância do alimento físico,mental e espiritual para o ser humano.O tornado,pela suas características físicas,de tensão atmosférica,contraste de massas de ar ,e pressões de temperatura.Pelo seu potencial energético,faço alusão da transformação,da energia que a humanidade precisa ter,para conseguir equilibrar engenhosa e tecnologicamente,essa tensão,progresso e sustentabilidade.
“O Tornado Sustentável”,uma instalação em um parque,em meio as árvores,não vem devastar,mas criar um momento de suspensão,reflexão.
Toda manifestação criativa,se não interage em seu entorno de imediato,se não o transforma na sequência da sua ação,cria a suspenção,momento em que o indivíduo apreende algo num instante.Essa imagem/informação é um facilitador para o entendimento do micro/macro cosmo.Nair Kremer- Um poço fitando o céu
Este trabalho na Praça Buenos Aires faz parte de uma série que venho realizando nos últimos trinta anos, em lugares públicos, com a proposta de convidar as pessoas à interação e à experiência de abrir e fechar receptáculos diversos, ativando memórias e sensações. Ao apresentar os arquivos interativos em uma das exposições, Katia Canton registrou o que até hoje considero uma síntese de minha proposta: “um grande jogo sobre a memória, as heranças históricas e o sentido das lembranças”.
O público, além de participar ativamente interagindo com gavetas, imagens, palavras e objetos, torna-se co-autor à medida que exerce sua liberdade para manipular, deslocar e recombinar os elementos alterando as possíveis leituras.
Como disse Katia, “o arquivo, com sua promessa sacralizada de ordem, tem seu discurso radicalmente subvertido, transforma-se num campo de transmutação, alterando seus conteúdos que são constantemente rearranjados pelo movimento de acaso das manipulações alheias”.
A poética do trabalho consiste também no brincar com as palavras e abarca as sutilezas coletivas e individuais. Como parte desta experiência, haverá, no dia 19 de setembro, às 11h, uma performance da contadora de histórias Adriana Fortes, da Confraria das Três Águas.
Especialmente nesta exposição, conteúdos e referências no interior e no exterior dos arquivos acionam a “desmaterialização do azul celeste” ou um “devaneio aéreo”, como se vê no livro O ar e os sonhos, de Gaston Bachelard. As imagens e objetos destacam o céu, as nuvens, o vento, as folhas... Tanto no exterior, quanto no interior de cada arquivo.
Entre as frases, versos, fragmentos e palavras, há citações de diversos poetas e escritores. Entre eles, destaca-se o título da exposição – Um poço fitando o céu – como referência a um verso de Fernando Pessoa, aqui adotado como retrato das infinitas possibilidades de contato com este público co-autor.Nair Kremer
São Paulo, setembro de 2010.Regina Carmona – Caminha Branca
Terra mineral usado para fins medicinais, a Dolomita é uma das unicas com alto grau de pureza livre de metais pesados.
Sua função é fortalecer o sistema imunológico e normalizar o metabolismo, Esse mineral tem importante participação na absorção de outros nutrientes e seus efeitos podem ser surpreendentes quando associados a um estilo de vida saudável, ter momentos de repouso, observar a temperança em todas as coisas e manter a confiança.
Recomenda-se 15 minutos deitado com o corpo bem acomodado.
Deite-se e pressione-se suavemente nas pedras até encontrar um bom ponto de apoio.
Feche os olhos e olhe para ti.Buenos Livros / Guto Lacaz
Seis livros, fechados e/ou abertos vão flutuar no pequeno lago Art Nouveau tudo Parque Buenos Aires. Foi uma imagem imediata que surgiu quando vi a foto do lago, que nunca tinha visto antes por morar em outro bairro. Foi uma alegria ver tão lindo lago e chafariz ainda em bom estado de conservação. E o melhor, sem grades! Logo vi alguns livros flutuando, como que ao se aproximar de suas águas, ele nos contasse histórias, mostrasse figuras e declamasse poemas.
Alê Ferro – Passarinhos
O projeto "passarinhos" consiste em pendurar pássaros pintados em madeira em espaços urbanos, árvores na maioria das vezes. Porém esses passarinhos são feitos com madeira recolhida em caçambas de lixo. Além do conceito de reuso o projeto tem como base questionar o ambiente urbano, como exemplo as árvores cercadas pelos edifícios. Os passarinhos foram feitos com "lixo" dos arredores da praça.
Coletivo Garrucha – Esse que passa
O sapato é uma boa metáfora da vida. Uma hora tem seu agora, noutra, terá seu augúrio. Como nós, eles tem seus anos contados pelo dono, pelas marcas do uso. E, contando os passos, pisam no chão marcando os lugares. Que a marca pisada de hoje marque a pisada de mais noventa e sete anos. Todos têm um rastro perdido naquele pedacinho de chão. E que, por pisarem, também são daquele lugar da Terra, daquele mesmo Parque Buenos Aires, daquela mesma cidade.Beto Borges – Pela estrada afora…
Quando os curadores da “Oxigênio 2” falaram do projeto, imediatamente lembrei das tampinhas plásticas de leite guardadas há anos. Tampas que constituem um resíduo (plástico?) de um longo percurso alimentar e, por que não dizer, afetivo.Relacionando os caminhos que entrecortam a praça, este pequeno simulacro de floresta (sobretudo para crianças bem pequenas) e, provavelmente estimulado pelas evocações da infância trazidas por um alimento tão primordial, imaginei as tampinhas de plástico azul da embalagem de leite sinalizando um percurso pelo parque, tal como as pedrinhas e os pedaços de miolo de pão demarcaram o caminho da floresta para João e Maria, no conto de fadas da cultura popular recolhido pelos irmãos Grimm.
O caminho assinalado na Praça Buenos Aires não nos levará, contudo, à casa da nossa infância nem à casinha feita de doces da bruxa má. No coração de Higienópolis, um pequeno percurso demarcado com tampinhas azuis de embalagem de leite talvez acuse apenas, da forma mais prosaica, um pequeno fragmento da memória afetiva de um trivial bebedor de leite.
Cláudio Bueno e Rodrigo Sassi – Abrigo
Trata-se de 3 supostos porões trancados instalados no parque. Ao trancar, o trabalho sugere esconderijos, passagens, apropriações privadas em espaços públicos ou, até mesmo, remeter à excessiva necessidade de proteção dos arredores.5- GUTO LACAZ
Artista multimídia, desenhista, ilustrador, designer, cenógrafo e editor de arte de revistas. Sua produção transita entre o design gráfico, a criação com objetos do cotidiano e a exploração das possibilidades tecnológicas na arte, sempre tratada com humor e ironia. O artista mostra-se extremamente coerente com a variedade de lugares e situações onde apresenta seus trabalhos: de galerias e museus a teatros, espaços públicos e televisão.M A R E L A / Bebaprafrente
A observação de grafismos feitos por crianças mostra a inocência e a liberdade delas em se relacionar com o espaço. A apropriação é proposta pela dupla Bebaprafrente como forma de resignificação do cotidiano e entendimento do conceito de intervenção na Arte Contemporânea.
Fractais / Fernanda Cobra
Para a física fractais são formas geométricas abstratas microcósmicas de uma figura com padrões complexos que se repetem infinitamente, semelhantes à figura original e relacionados à natureza como um todo.
O trabalho “Fractais” tem a intenção de trazer para o público a beleza do microcosmo e sua relação com o macrocosmo. Um pequeno fragmento de uma árvore tem as mesmas características do ar, da água, da terra e do fogo. Não por acaso que os Fractais estão instalados aos pés da escultura “Maternidade”.“As três Terezas” / Regina de Barros
A tereza é uma imagem que já me persegue há algum tempo. A minha tereza sempre tem a fuga para o céu, a fuga para a liberdade plena de um vôo. Para esse projeto, pensei em três terezas presas em cabos de aço, que são esticados entre as árvores. As terezas são presas em pontos diferentes, de forma que forme um triângulo. As terezas apontam para o céu, fuga para o espaço, imagem ônirica de portais, um namoro com as nuvens e as estrelas.
Espaços / Sandra Martinelli
A praça é um espaço aberto trancado dentro de outro espaço aberto que também é trancado dentro de outro espaço aberto e assim por diante. A literatura também é um espaço aberto contido em um espaço fechado, o livro. Meu trabalho pretende criar, a partir de um painel de ferro translúcido e colorido, outro espaço aberto dentro do parque, destinado a literatura e a apreciação do próprio parque.
[ arquiteturas ] On Air /ou Virtuais Dácio Bicudo
Arquiteturas ] On Air /ou Virtuais é um trabalho que busca as formas que existem nos espaços vazios, ou os volumes invisíveis. Para modelar o perímetro do volume e torna-lo visível, utilizo fitas e linhas e os defino utilizando os apoios naturais do local como suporte.1-BEBA PRA FRENTE
A dupla bebaprafrente trabalha atualmente com a criação e a deflagração de espaços. Atuando com intervenções urbanas e proposições de vivências. Iniciou-se em 2007 na cidade de Campinas – SP e é formada pelos artistas gustavoprafrente e Beba Tistelli. Entre suas principais exposições coletivas estão: “Exposição Jovens Arte” no Espaço Zé Presidente (São Paulo), “7 meses Curitibanos” no Espaço Cultural BRDE (Curitiba) e “IN- Artistas Premiados no Salão Universitário de Arte Contemporânea da UNICAMP”, na Galeria do Instituto de Arte (Campinas). Com o tema “Projeto Passeio Público”, a dupla fez uma intervenção urbana na 5ª Bienal VentoSul.2- DACIO BICUDO
Participou do Salão de Arte Contemporânea do MAM da Bahia, do Centro Cultural de Sao Paulo, mas os palcos vieram antes das artes plásticas para este mineiro, também cenógrafo e cineasta, o artista cursou a Faculdade de Belas Artes, em São Paulo. Teve como preâmbulo ao seu fazer artístico o trabalho de ator para depois mergulhar no universo do desenho, da pintura, da intervenção publica e da videoarte. Entre as exposições que contaram com seus trabalhos estão: “Uma Homenagem a Ianelli” no Mube - SP , “Brazilian Euphoria” em Miami e o encontro paulistano “Arte e Cultura Contemporânea no Movimento Sem-Teto do Centro”, no edifício Prestes Maia. Premiado no 2º Salão Internacional de Artes Plásticas das Nações em São Paulo, integrou ainda as coletivas na Casa das Rosas e na Casa da Xiclet na Capital paulista3- FERNANDA COBRA
Nasceu e vive em São Paulo. È formada em Publicidade e Propaganda, especializada em Arte–Educação. Nas artes plásticas vem realizando exposições individual e coletivas em São Paulo desde 2000. Seu universo pictórico é magnetizado pela temática do sonho, do mundo simbólico, do indecifrável e do mistério. Onde o raciocínio, nunca caótico e sempre organizado, traz o fantástico junto com extraordinária força e emoção imagética, onírica, atemporal e arquetípica.4- FERNANDA EVA
Artista plástica paulistana, formada pelo “Liceu de artes e ofícios”, FAAP e atualmente cursa mestrado em poéticas visuais na ECA-USP. Expôs no Salão de arte contemporânea da Bahia, no MAM em Salvador em 2008 e no Centro Cultural São Paulo em 2009. Seu trabalho principal é a pintura que tem como tema paisagens gigantes invadidas por personagens , ora animais, ora pessoas, sempre com um tom de ironia.6- MONIQUE ALLAIN
Formou-se em biologia com pós graduação em genética. Posteriormente em artes plásticas pela FAAP. Atualmente faz mestrado na Santa Marcelina. Frequentou o curso de escultura da New York Studio School.
Utiliza como linguagem instalação, escultura, técnicas mistas, fotografia e vídeo.7- REGINA DE BARROS
Paulista nasceu em 1971. Artista Plástica e Educadora formada pela “FEBASP”.Teve aulas com José Resende, Geórgia Kyriakakis,Flávia Ribeiro e Luis Hermano
De 1999 à 2000.Escultora,pesquisa as tensões e maleabilidades nos espaços.Trabalha com arame,tecido,desenho e fotografia.Atua na área de filmes publicitários,fazendo direção de arte e cenografia.
Na educação,ministra aulas de arte em escolas,empresas e no atelier.Principais exposições, “OFF Bienal III”, “Projeto 23”,exposição de outdoor na av.23 de maio,realizado pelo Centro Cultural SP,
“Art Du Bresil”, França, “Olhares Impertinentes”, MAC, “Uma Homenagem a Ianelli”,Mube,I Salão Aberto,paralelo à XXVI Bienal Internacional de SP.8- SANDRA MARTINELLI
Nascida em SP Brasil em outubro de 1964, cursou artes plásticas na Santa Marcelina e psicologia na PUC. Começou sua carreira como assistente de fotografia de Francisco Aragão, Clicio Barroso e outros. Fotografou para quase todas as publicações do circuito Abril: Vogue Trip, etc. e para a revista Vida Mundial em Portugal por 2 anos. Há 10 anos faz esculturas em ferro e arame, primeiro exclusiva para House Garden por 5 anos. Neste período participou de 4 exposições na Casa Cor. Atualmente a artista mantém um atelier que além de expor durante o ano inteiro suas peças promove exposições coletivas, e eventos artísticos que reúnem outros suportes como música, teatro e literatura. Seus trabalhos foram criados a partir de uma espécie de alfabeto formado a partir da criação de ícones, figuras em arame fictícias.MENSAGEIRAS III
Intervenção urbana com ocupação na Praça Buenos Aires
12/09/2009 a 30/09/2009
Mensageiras II, 2003
Areia, tubos de aço inoxidável, hastes flexíveis de metal, tecido em fibra sintética
12m x 12m x 0,95mMensageiras I, 2003
Areia, aço carbono, cimento, cola e papel
280cm x 210cm x 18cmEste trabalho corresponde a uma terceira edição das instalações Mensageiras I e Mensageiras II, ambas elaboradas como projeto para seleção, e em seguida como obra apresentada na exposição Sculpture by the Sea 2003 em Sydney, Austrália.
Nas versões anteriores, borboletas brancas iniciavam seus vôos, cada qual para uma das 236 nações do mundo, levando consigo a paz. Eram mensageiras que enfatizavam o direito à liberdade e à necessidade de se preservar a harmonia com a natureza.
homens e mulheres no parque
Isabelle Ribot e Dácio BicudoDas figuras "idoru" de Isabelle Ribot e das silhuetas recortadas de Dacio Bicudo, nasceram os homens e as mulheres no parque , sao pessoas transparentes que se misturam a natureza em uma simbiose poetica. As figuras e o entorno se completam no
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